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Correção e adubação

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A batata-doce apresenta alta demanda por nutrientes e, por isso, a fertilização química é importante para fornecer ou restituir os nutrientes exportados pela cultura anterior. A calagem e uso de fertilizantes são fundamentais para atingir altas produtividades, e devem ser realizadas de maneira equilibrada visando o condicionamento do solo e o atendimento da demanda da planta. Devido a rusticidade da batata-doce, deve-se evitar as super-adubações que não trazem benéficos, pelo contrário, só aumentam o custo de produção.

Um bom programa de manejo da fertilidade do solo passa por uma correta avaliação química, tomando-se cuidado com a amostragem do solo, procurando realizá-la da forma que melhor represente a fertilidade média da área de plantio. A unidade de amostragem (talhão, gleba, etc.) deve ser uniforme em relação à vegetação, a topografia e ao histórico de uso. A partir do resultado da análise química do solo, emitido de preferência por laboratórios que possuam selo de certificação em qualidade de análise, são calculadas as quantidades de calcário e de fertilizantes.


Calagem

Além da correção da acidez e redução da atividade do alumínio trocável (Al3+) na solução do solo, o calcário é a fonte mais barata de cálcio (Ca2+) e magnésio (Mg2+).

A necessidade de calagem pode ser estimada por dois métodos bem distintos: um baseado na neutralização do alumínio trocável e elevação dos teores de Ca2+ e Mg2+ (adotado na maioria dos Estados brasileiros) e o da saturação por bases (adotado em São Paulo). Não obstante, a determinação da quantidade de corretivos, para obter os efeitos desejáveis da calagem deve-se considerar ainda a época de aplicação, o tipo e a forma de incorporação do calcário. Dada a grande demanda da batata-doce por magnésio e a interação positiva deste com os fosfatos, que pode minimizar a adsorção do fósforo pelo solo, recomenda-se o uso do calcário dolomítico que possui maior teor de Mg.

Ao se utilizar o método da saturação de bases deve-se ter cuidado com o valor de H+Al que é diretamente relacionado com a acidez potencial do solo (valor T). Como esta variável é utilizada na fórmula matemática para estimar a necessidade de calagem, um valor alto dela pode sugerir uma dose muito elevada de calcário. Esta condição é comum em solos com altos teores de matéria orgânica do solo.

Considerando a baixa solubilidade dos calcários, a calagem deve ser planejada e executada em área total com bastante antecedência, ideal é no mínimo 60 dias antes do plantio.


Adubação

Para estimar as quantidades de nutrientes a serem adicionadas ao solo são utilizados o resultado da análise química, a textura do solo e o potencial de produção da cultura. Além disso, deve-se considerar também o histórico da área porque os resíduos de adubações anteriores podem atingir níveis de toxidez, em especial os micronutrientes.

A classe da fertilidade do solo é obtida a partir dos teores disponíveis e trocáveis de cada nutriente presente na análise do solo, confrontando-os com os valores contidos nas tabelas regionais de adubação. O uso das tabelas regionais requer atenção quanto ao método de análise utilizado pelo laboratório que condiciona a interpretação dos níveis de fertilidade do solo. No estado de São Paulo, por exemplo, a resina catiônica/aniônica (mista) é o método adotado para determinar o teor de P e de K disponíveis no solo, enquanto em Minas Gerais e outras regiões produtoras utiliza-se o extrator duplo-ácido Mehlich-1. Mais detalhes sobre a recomendação de fertilizantes estão abordados no capítulo de Nutrição.

Depois de estimada a quantidade de corretivos e fertilizantes, a distribuição deles deve ocorrer nas linhas correspondente às leiras, antes da sua construção, de forma que os fertilizantes fiquem localizados na base das mesmas.

Nos plantios em canteiro pode adicionar o adubo na superfície deles (Figura 1) e depois promover a incorporação com o próprio encanteirador. É importante calcular a quantidade de adubos por canteiros uma vez que as recomendações são sempre para um hectare de plantio. Para fazer a conversão pode utilizar a formula simplificada a seguir:

Onde:

DR: Dose recomendada do nutriente.

L = largura do canteiro (m).

C = comprimento do canteiro (m)

 

Obs. Essa fórmula também poderá ser utilizada para aplicação de matéria orgânica. Porém, deve-se converter a recomendação para kg/ha.

 

Fotos: Geovani Bernardo Amaro
    

Figura 1. Ilustração da aplicação de fertilizante e, ou, composto orgânico para plantios em canteiros.


Matéria orgânica do solo

Os solos brasileiros são muito pobres em matéria orgânica (MOS) e, por isso, a sua adição ao solo é muito importante como condicionadora de solo. Dentre as propriedades da MOS que contribuem para a melhoria e manutenção da fertilidade do solo, o aumento da capacidade de troca catiônica (CTC) do solo pode ser considerada a mais importante, principalmente em solos arenosos e muito intemperizados. Além disso, a presença da MOS atua na retenção e disponibilização de nutrientes, retenção e complexação de poluentes, retenção de umidade, estruturação do solo, manutenção de biodiversidade.

Os atributos físicos do solo também são afetados de maneira positiva pela presença da MOS. Teores mais elevados de matéria orgânica condicionam uma melhor estruturação do solo, graças à sua ação cimentante, aumentando a porosidade, a permeabilidade e a aeração, além de reduzir a plasticidade e a coesão do solo, favorecendo as operações de preparo, e reduzindo a perda de solo por escoamento superficial (erosão).

A adição de matéria orgânica nos solos também tem participação ativa no controle de pragas e doenças por atuar na melhoria das condições de cultivo, nutrição das culturas e aumento da biodiversidade dos solos, aumentando a população de inimigos naturais.

Esterco animal ou composto orgânico são ótimas fontes de matéria orgânica e recomenda-se aplicar 3 t/ha de cama de frango, 5 t/ha de composto orgânico ou 20 t/ha esterco bovino.

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