Embrapa Vegetables
Transporte
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Sistema de produção de batata-doce
Embrapa Hortaliças
Sistema de Produção, 9
ISSN 1678-880X
Fev/2021
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Controle de soqueira
O modal de transporte predominante é o rodoviário e diferentes tipos de veículos são utilizados por produtores, agentes de comercialização (atravessadores), indústrias e demais agentes da cadeia produtiva da batata-doce. Os veículos para transporte e entrega de gêneros alimentícios devem apresentar certificado de vistoria emitido no município ou estado que o veículo esteja cadastrado e expedido pela respectiva autoridade da área de vigilância sanitária em nível municipal ou estadual, em atendimento a Lei Federal 6.437/77 ou a decreto estadual relativo ao código sanitário. Os meios de transporte devem garantir a integridade e a qualidade a fim de impedir a contaminação e deterioração do produto.
Portanto, desde que o transporte atenda os requisitos supracitados, independente do modal utilizado, ênfase deve ser dada aos cuidados durante a colheita da batata-doce, por se tratar de uma hortaliça que possui uma película externa delicada e fina que pode facilmente sofrer injúrias e abrasões, o que contribui significativamente para perda de qualidade de parte do produto ou até perda total de um lote por carga. A maioria dos produtores de batata-doce nas diferentes regiões do país utiliza caixas plásticas durante a colheita, com capacidade de até 20 kg de raízes, que permitam empilhamento e são paletizáveis. Os trabalhadores não devem jogar ou forçar as raízes nas caixas para colocação de uma carga maior que a capacidade do contentor. Essa sobrecarga impede o empilhamento adequado em paletes ou no veículo de transporte (carreta, pranchão, entre outros).
Além disso, a sobrecarga pode prejudicar as raízes não apenas no topo, mas em todo o conteúdo de raízes sobrepostas e também pode causar problemas de estabilidade ao empilhar. Da mesma forma, o transporte em estradas irregulares ou o excesso de movimento nas instalações armazenamento podem resultar em danos adicionais. Depois que as raízes são colhidas elas devem ser prontamente carregadas e movidas para o local de beneficiamento, pois existe o risco de ferimentos e queimadura de sol (escaldadura), especialmente em regiões quentes, de solo arenoso e com alta luminosidade. Produtores, lavadores de batata-doce e atacadistas têm também optado pela embalagem em sacos plásticos, pela praticidade e dificuldade de retorno da caixa plástica, principalmente quando a carga percorre longas distâncias, como é o caso das remessas interestaduais. As embalagens são em cor roxa também, reforçando visualmente a cor da mercadoria como estratégia de marketing (Figura 3).

Figura 3. Embalagens e transporte de batata-doce na região de Presidente Prudente, SP.
Os custos referentes somente ao transporte representam, em média, 18% do custo efetivo de todas as operações realizadas durante a produção de batata-doce nas diferentes regiões do país. Assim, ainda que os itens de dispêndio direto sejam combustível, caixas, mão de obra, além da depreciação de veículos e contentores, essa etapa é fundamental para assegurar a qualidade do produto entregue ao mercado. Em países produtores que adotam elevado nível tecnológico, como, por exemplo, os Estados Unidos, estima-se que somente 5% das raízes de batata-doce sejam perdidas anualmente durante o transporte para o mercado. Grande parte da perda é um resultado direto do manuseio incorreto durante o envio. Para reduzir as perdas, carregadores, caminhoneiros e receptores devem estar bem familiarizados com os requisitos específicos de manuseio pós-colheita da batata-doce.