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Como plantar grão-de-bico
Fonte: Nascimento, W. M. (Editor Técnico). Hortaliças Leguminosas. Embrapa Hortaliças, 2016.
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Escolha da área
Roguing
Colheita de sementes
Beneficiamento de sementes
das sementes. Os principais equipamentos utilizados no beneficiamento das sementes são a máquina de ar e peneira e a mesa de gravidade.
Tratamento de sementes
A produção de sementes de grão-de-bico está sujeita a uma série de adversidades bióticas e abióticas. Os danos causados pela associação de patógenos com sementes englobam uma série de implicações que podem levar a danos intoleráveis, devido ao fato das sementes serem meios potenciais de transmissão de vários microrganismos que podem ser disseminados a longas distâncias e introduzidos em novas áreas de cultivo. Além de existirem um pequeno número de espécies de microrganismos, mais comumente espécies dos gêneros Penicillium e Aspergillus, que podem estar associados às sementes durante o armazenamento, vindo a causar sua deterioração (Figura 25). Dentre o conjunto de práticas recomendadas para o controle de microrganismos, destacam-se o uso de semente de boa qualidade sanitária, a rotação de culturas, a pré-incorporação de resíduos seguida de aração profunda, entre outros tratos culturais. Mas a medida de controle mais utilizada hoje em dia têm sido o tratamento químico. Entre eles, o uso de sementes tratadas com fungicidas, (Figura 26), o que a torna uma ferramenta estratégica dentro do contexto do manejo integrado de doenças. O tratamento de sementes mais utilizado tem sido com produto comercial a base de: 25 g/l Piraclostrobina 225 g/L de Tiofanato metílico, 250 g/L de Fipronil, na dose de 2 ml/kg contra fungos e insetos. Lembrando que deve-se levar em consideração a ação isolada ou integrada de fatores, como as condições físicas e fisiológicas do lote, tipo de patógeno, tipo de infecção/contaminação das sementes, a formulação e o ingrediente ativo do produto, características do solo, profundidade de semeadura, entre outros fatores.
Figura 25. Grãos atacados por fungos de armazenamento (A) e deterioração natural durante o armazenamento (B).
Fotos: Warley Marcos Nascimento
Figura 26. Sementes de grão-de-bico tratadas quimicamente (A) e germinação de sementes tratadas (B).
Fotos: Warley Marcos Nascimento
Embalagem das sementes
A embalagem de sementes é importante não apenas para o transporte, armazenamento e comercialização, mas também para a conservação da qualidade. As embalagens utilizadas para o acondicionamento das sementes variam com as necessidades e disponibilidade de materiais. No caso de sementes de grão-de-bico, é recomendado utilizar sacos valvulados de papel de 40 kg.
As embalagens devem trazer informações sobre a espécie, cultivar e data. De acordo com a Instrução Normativa Nº 40, de 21 de novembro de 2014, o lacre das embalagens de sementes deverá conter o número de inscrição do Registro Nacional de Sementes e Mudas (Renasem) do produtor ou do reembalador, quando o produto for destinado ao comerciante. Ainda segundo o texto, a semente a granel somente poderá ser comercializada diretamente do produtor ao usuário da semente.
Análise de sementes
Geralmente para se avaliar a qualidade de um lote de sementes é utilizado o teste de germinação por apresentar alto grau de confiabilidade, quanto à possibilidade de reprodução dos resultados e como parâmetro para a fiscalização do comércio. Para sementes de grão-de-bico, existe metodologia padronizada para o teste de germinação nas Regras para análise de sementes (RAS), sendo recomendados os substratos Rolo de Papel (Figura 27) ou entre Areia, a temperatura alternada de 20 ºC - 30 °C, com leituras aos cinco e oito dias, correspondendo respectivamente, a primeira contagem e a contagem final da germinação. Ensaios realizados na Embrapa Hortaliças sugerem, no teste de germinação de sementes de grão-de-bico, umidade do substrato de 2,0 vezes o peso do papel e temperaturas de 20 ºC.
Para garantir um estabelecimento adequado do estande, é recomendada a realização de testes de vigor para determinar, muitas vezes, a velocidade de germinação e emergência das plântulas. A rapidez na germinação é muito importante porque reduz o grau de exposição das sementes e das plântulas às intempéries. O período de tempo compreendido entre a semeadura e a emergência das plântulas é crítico e falhas no estande ou desuniformidade de plântulas podem prejudicar significativamente a produção final. Para a cultura do grão-de-bico não existe nem um teste de vigor padronizado, mas alguns autores recomendam o teste de envelhecimento
acelerado, pelo fato do teste conseguir discriminar de forma eficiente os diferentes lotes testados por 72 horas em câmara de envelhecimento.
O teste de tetrazólio também pode ser utilizado na avaliação da viabilidade e vigor de sementes de grão-de-bico, na concentração de tetrazólio de 0,1% e nos tempos/temperatura de embebição de 4 horas a 41º C e de 6 horas a 41º C. Pelo fato da semente de grão-de-bico ser rica em proteínas, fator que atrai microrganismos, é recomendada a realização de análise sanitária
Pelo fato da semente de grão-de-bico ser rica em proteínas, fator que atrai microrganismos, é recomendada a realização de análise sanitária dessas sementes, devido os reflexos negativos que a associação de patógenos com as mesmas podem gerar. As sementes podem abrigar e transportar microrganismos de todos os grupos taxonômicos, que podem ser patogênicos, levando à ocorrência de doenças, ou não patogênicos, levando a redução da qualidade durante o armazenamento.
Figura 27. Teste de germinação de sementes de grão-de-bico.