Banana
Adubação
Autor
Ana Lúcia Borges - Embrapa Mandioca e Fruticultura
O potássio (K) e o nitrogênio (N) são os nutrientes mais absorvidos e necessários para o crescimento e produção da bananeira. Em seqüência e com menor grau de absorção estão os nutrientes enxofre (S) e fósforo (P). Dos micronutrientes, o boro (B) e o zinco (Zn) são os mais absorvidos, principalmente pela bananeira Terra, seguidos pelo cobre (Cu).
Adubação fosfatada
O fósforo (P) favorece o desenvolvimento vegetativo e o sistema radicular é praticamente imóvel no solo e, por isso, deve ser aplicado na cova de plantio. A bananeira necessita de pequenas quantidades desse nutriente, porém, na sua falta, as plantas apresentam crescimento atrofiado e raízes pouco desenvolvidas. A quantidade total recomendada após análise do solo (40 a 120 kg de P2O5/ha) deve ser colocada na cova, no plantio.
Adubação nitrogenada
O nitrogênio (N) é um nutriente importante para o crescimento vegetativo, sobretudo nos três primeiros meses, quando a planta está em desenvolvimento. Ele favorece a emissão e o desenvolvimento dos filhotes (perfilhos), além de aumentar a quantidade de matéria seca. A falta deste nutriente reduz o número de folhas, aumenta o número de dias para a emissão de uma folha, os cachos são raquíticos e o número de pencas menor.
Recomenda-se 200 kg de N mineral na fase de formação e de 160 a 400 kg de N mineral/ha/ano, na fase de produção da bananeira, dependendo da produtividade esperada. A primeira aplicação deve ser feita em cobertura, em torno de 30 a 45 dias após o plantio.
Adubação potássica
O potássio (K) é o nutriente mais absorvido pela bananeira, apesar de não fazer parte de compostos na planta. É um nutriente importante no transporte de produtos da fotossíntese no interior da planta, no balanço hídrico e na produção de frutos, aumentando a resistência destes ao transporte e melhorando sua qualidade.
A adubação recomendada varia de 200 a 450 kg de K2O/ha na fase de formação e de 100 a 750 kg de K2O/ha na fase de produção, dependendo do teor no solo.
Adubação com enxofre
O enxofre (S) interfere principalmente nos órgãos jovens da planta, onde sua ausência expressa-se por alterações metabólicas que dificultam a formação da clorofila, interrompendo as atividades vegetativas. A deficiência do nutriente ocorre em solos com baixo teor de matéria orgânica e também nos solos com aplicação de adubos concentrados sem enxofre.
O suprimento de S normalmente é feito mediante as adubações nitrogenada, com sulfato de amônio (230 g de S/kg), e fosfatada, com superfosfato simples (110 g de S/kg).
Adubação com micronutrientes
O boro (B) e o zinco (Zn) são os micronutrientes com maior freqüência de deficiência nas bananeiras. O boro participa no transporte de açúcares e na formação das paredes celulares. A sua disponibilidade é reduzida em solos com baixa acidez e com altos teores de Ca, Al, Fe e areia e baixo teor de matéria orgânica.
Como fonte, recomenda-se aplicar no plantio 50 g de FTE BR12, cuja concentração de boro é de 18 g/kg. Para solos com teores de boro inferiores a 0,21 mg/dm3 (extrator água quente) deve-se aplicar 2,0 kg de B/ha.
O zinco (Zn) interfere na síntese de auxinas (hormônio vegetal), que são substâncias reguladoras do crescimento. A falta do nutriente ocorre em solos com pH neutro ou alcalino, com altos teores de fósforo (P), de argila e de matéria orgânica, que inibem a absorção do zinco.
Como fonte de zinco, aplicar no plantio 50 g de FTE BR12, que contém 90 g de Zn/kg.
Parcelamento das adubações
Parcelar as adubações evita perdas e proporciona o melhor aproveitamento dos nutrientes. O parcelamento vai depender da textura e da CTC (capacidade de troca de cátions) do solo, bem como do regime de chuvas e do manejo adotado. Em solos arenosos e com baixa CTC, deve-se parcelar semanalmente ou quinzenalmente. Em solos mais argilosos, as adubações podem ser feitas mensalmente ou a cada dois meses, principalmente nas aplicações em forma sólida.
Localização dos fertilizantes
As adubações em cobertura devem ser feitas em círculo, numa faixa de 10 a 20 cm de largura e 20 a 40 cm distante da muda, aumentando-se a distância com a idade da planta. No bananal adulto, os adubos são distribuídos em meia-lua em frente às plantas filha e neta. Em terrenos inclinados, a adubação deve ser feita em meia-lua, do lado de cima da cova, e ligeiramente incorporada ao solo. Em casos de plantios muito adensados e em terrenos planos, a adubação pode ser feita a lanço, nas ruas.
Fertirrigação
Em plantios irrigados, os fertilizantes podem ser aplicados via água de irrigação. Essa aplicação é chamada fertirrigação e é considerada o meio mais eficiente de nutrição, pois combina dois fatores essenciais para o crescimento, desenvolvimento e produção da planta: água e nutrientes. Essa prática é indicada para os sistemas de irrigação localizada (microaspersão e gotejamento), pois a possibilidade de aplicação do adubo na zona radicular torna mais eficiente o uso do fertilizante.
Em solos com maior teor de argila, a fertirrigação pode ser feita a cada 15 dias; nos mais arenosos, recomenda-se a fertirrigação semanal. Para saber quando fazer a fertirrigação, é necessário avaliar o estado nutricional das plantas pelos sintomas visuais de deficiências e fazer uma análise química foliar. Além disso, recomenda-se a análise química do solo.
Adubação orgânica
É a melhor forma de fornecer nitrogênio no plantio, principalmente quando se utilizam mudas convencionais, pois as perdas são mínimas; além disso, estimula o desenvolvimento das raízes.
Recomenda-se:
Na forma de esterco bovino - 10 a 15 litros/cova
Esterco de galinha - 3 a 5 litros/cova
Torta de mamona - 2 a 3 litros/cova